
Los Angeles, a segunda maior cidade americana, virou um campo de batalha depois que o presidente Donald Trump mandou tropas federais dispersarem protestos contra as prisões de imigrantes.
Os atos começaram há três dias, depois que os guardas do ICE, a agência responsável pelo combate à imigração ilegal, iniciaram batidas em Paramount, um bairro de Los Angeles, onde 80% da população é imigrante.
Em resposta, Trump atropelou a Constituição e autorizou, mesmo sem pedido do governo local, o envio de 2 mil soldados para a região. Em um dos confrontos, uma jornalista australiana foi atingida na perna por uma bala de borracha. Lauren Tomasi foi socorrida e passa bem.
A guerra de versões cresceu nesta segunda. Na Casa Branca, Donald Trump disse que apoiaria a prisão do governador da Califórnia, Gavin Newsom, do Partido Democrata, por supostamente prejudicar o trabalho dos soldados. Já o procurador-geral do Estado confirmou que irá processar o governo federal pelo envio dos militares.
O temor das autoridades é que protestos contra os planos de deportação em massa de Trump cresçam por todo o país. O presidente determinou uma meta para os agentes de imigração: prender, por dia, 3 mil estrangeiros.
De um lado, milhares de manifestantes, a maioria estrangeiros, revoltados com as operações de agentes de imigração. Do outro, agentes da Guarda Nacional, enviados após uma ordem de Trump para conter as manifestações.
O confronto resultou em carros queimados, lojas saqueadas, prédios vandalizados e mais de 70 pessoas presas no fim de semana.
Nem mesmo nomes conhecidos mundialmente escaparam do cerco. O influenciador senegalês Khaby Lame, que tem mais de 160 milhões de seguidores nas redes sociais, foi preso em Las Vegas por conta do visto de estadia expirado. Ele já foi solto e deixou o país de forma voluntária.
A partir desta segunda-feira, cidadãos de 12 países estão impedidos de entrar nos Estados Unidos. Por conta de eventos esportivos, que serão realizados no país, a norma de Trump tem brecha para atletas, que representam clubes ou nações.
Por isso, o iraniano Tarêmi, da Inter de Milão, poderá disputar o Mundial de Clubes, a partir da próxima semana.