Os sindicatos de trabalhadores dos Correios anunciaram, nesta terça-feira (16), greve por tempo indeterminado em algumas das principais bases da companhia no país.
As greves foram aprovadas em Minas Gerais, Paraná, Ceará, Paraíba, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul sob orientação das direções sindicais. Em São Paulo, maior base sindical do país, os trabalhadores aprovaram a greve contra a orientação da direção sindical.
“Aprovada a greve geral da categoria contra os desmandos da direção da Empresa, contra as péssimas condições de trabalho, por um Acordo Coletivo que atenda os trabalhadores, contra o desrespeito da direção dos Correios para com os trabalhadores e contra a tentativa de boicotar e impedir a greve nacional unificada da categoria”, escreveu o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais em nota.
Também entraram em greve os Sindicatos do Vale do Paraíba, Campinas e Santos. “São doze Sindicatos até agora que aderiram ao movimento em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios”.
Os funcionários alegam que não são culpados pela crise enfrentada pela empresa. A categoria também reivindica o reajuste salarial, nos benefícios econômicos retroativos a agosto, manutenção de todos os direitos e melhores condições de trabalho.
“A categoria não vai aceitar ser penalizada por uma crise que não foi ela que criou, exige aporte já, reajuste salarial e nos benefícios econômicos retroativo a agosto, manutenção de todos os direitos e melhores condições de trabalho”, informou o sindicato de São Paulo.
Dívida e plano de restruturação
Desde outubro, os Correios negociam com bancos o empréstimo de R$ 20 bilhões para ajudar a reestruturar a empresa. Em troca do dinheiro, a estatal terá de cumprir uma série de contrapartidas para garantir a sustentabilidade financeira e a modernização dos serviços.
Apresentado em novembro, o plano de reestruturação prevê um programa de demissão voluntária e o fechamento de 1 mil agências e a venda de R$ 1,5 bilhão em imóveis. Pelo plano, o empréstimo de R$ 20 bilhões seria usado para quitar uma dívida de R$ 1,8 bilhão da estatal, quitar débitos com fornecedores, modernizar o serviço de encomendas e encontrar novas fontes de receitas.