O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), voltou a defender a retirada da concessão de distribuição de energia da Enel SP — responsável pelo fornecimento na capital e na Região Metropolitana — após a prolongada falta de luz provocada pela forte ventania de quarta-feira, 10. Ele, assim como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), também contestou as declarações da empresa de que haveria equipes suficientes trabalhando para restabelecer o serviço.
“Se eles dizem que têm 1,5 mil equipes trabalhando, é óbvio que não têm e que não são confiáveis… Se a Enel continuar, teremos problemas nos próximos anos”, afirmou Nunes.
Segundo o prefeito, enquanto outras concessionárias que operam no Estado têm cerca de 1% dos clientes ainda sem energia, a Enel estaria com aproximadamente 10% da base afetada. “É muito grave que, no terceiro dia, ainda não tenha sido restabelecida a energia em todos os locais”, disse, durante evento de inauguração da nova sede da Escola Paulista de Direito (EPD).
Nunes afirmou ter conversado com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e com deputados sobre a situação, e criticou a condução do caso pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Para ele, não é suficiente impor novas obrigações no momento da renovação do contrato: seria necessário substituir a concessionária. “Ora, se eles estão há 15 anos e não o fizeram, é óbvio que não vão fazer”, declarou.
O prefeito lembrou que problemas semelhantes já ocorreram em anos anteriores na área atendida pela Enel SP, sempre com dificuldade para restabelecer o fornecimento. “Chegou o ponto de dar um basta, virar essa página e colocar aqui uma empresa que atenda a população. Assim não ficaremos, todas as vezes, em estado de calamidade. É preciso convencer o governo federal de que passou do limite e que uma intervenção é necessária”, afirmou.