
Quatro pessoas são presas acusadas de integrar uma quadrilha que usava inteligência artificial para manipular imagens de celebridades e aplicar golpes milionários na internet. Entre as vítimas está a modelo Gisele Bündchen, que teve sua imagem utilizada em vídeos de deepfake para promover produtos falsos.
Os conteúdos circulavam nas redes sociais apresentando a modelo como “garota-propaganda” de óleos para a pele e malas estampadas. Os produtos eram anunciados como gratuitos, com cobrança apenas de um valor de frete de cerca de R$ 40.
As compras, no entanto, nunca eram entregues. A influenciadora Letícia Navarro relatou que sua mãe caiu no golpe e reforçou o alerta para desconfiar de ofertas muito vantajosas.
Operação da Polícia Civil
De acordo com a repórter Gabriela Lerina, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão em cinco estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Bahia e Pernambuco.
As investigações apontam que o grupo teria movimentado mais de R$ 20 milhões. A Justiça determinou ainda o bloqueio de bens e contas bancárias dos suspeitos, que somam mais de R$ 200 milhões.
Nas redes sociais, os criminosos ostentavam carros de luxo, motos, passeios de helicóptero e até os computadores usados para os crimes.
Em vídeos, membros do grupo exibiam as máquinas afirmando que eram o “segredo” do esquema. Além das fraudes, a quadrilha também vendia um curso, por cerca de R$ 5 mil, ensinando como aplicar os golpes. O homem apontado como líder do esquema segue foragido.
Uso de celebridades em golpes virtuais
Os vídeos falsos eram produzidos com deepfake, tecnologia que recria rosto e voz de qualquer pessoa com ajuda de inteligência artificial. Além de Gisele Bündchen, outras figuras públicas já foram usadas em fraudes semelhantes, como o médico Drauzio Varella, o cantor Sérgio Reis e o ator americano Will Smith.
Em publicação nas redes sociais, a verdadeira Gisele Bündchen agradeceu a atuação da polícia no combate ao crime digital e destacou os riscos do uso indevido de inteligência artificial para enganar consumidores. A investigação continua para localizar o chefe da quadrilha e identificar possíveis novas vítimas.