
A Polícia do Rio de Janeiro passou a enviar notificações para pessoas que compraram celulares roubados. Assim como já acontece em outros estados, a pessoa terá um prazo para devolver o aparelho em uma delegacia, ou poderá ser acusada de receptação.
A cena é comum: em poucos segundos, o celular é levado por criminosos. O Vinícius passou por isso recentemente.
"Ele tirou o revólver da mochila e botou bem perto da cara (...) só que tem que entregar, infelizmente não tem que fazer", disse o estudante.
De janeiro a abril, mais de 8,7 mil celulares foram roubados só no estado do Rio de Janeiro: uma média de 72 casos por dia. Agora, quem compra esses aparelhos, mesmo sem saber da origem ilegal, também pode acabar na mira da polícia.
Cerca de 3 mil celulares com origem criminosa começaram a ser notificados pela Polícia Civil do Rio. O aviso é feito por WhatsApp: quem estiver com o aparelho tem até 72 horas para entregá-lo em uma delegacia. Quem não fizer isso pode responder por receptação - crime que prevê pena de 1 a 4 anos de prisão.
"A gente vai presumir que essa pessoa está de má fé, que sabendo que aquele aparelho é produto de crime e mesmo assim não fez a entrega no prazo estipulado", explicou Felipe Curi, secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Os celulares são rastreados pelo número IMEI - uma espécie de "digital" do aparelho. Depois de devolvidos, os aparelhos vão passar por perícia e serão entregues de volta aos donos. Outros estados, como Piauí, Ceará, Maranhão e Amazonas já investem nesse tipo de tecnologia.
Em todo o Brasil, desde que o serviço Celular Seguro, do Governo Federal foi criado no fim de 2023, já foram emitidos quase 150 mil alertas de bloqueio, a maioria por roubo e furto.