
A Polícia Civil de São Paulo inicia a segunda fase de sua operação para recuperar celulares roubados e furtados, focando agora na busca e apreensão dos aparelhos que não foram devolvidos voluntariamente.
Nas últimas semanas, mais de 700 pessoas que estavam em posse desses dispositivos receberam uma notificação informando a origem ilícita do celular e indicando a delegacia para a devolução. O prazo para a entrega encerrou no último domingo, mas apenas pouco mais de 300 aparelhos foram recuperados.
Com menos da metade dos celulares devolvidos, a polícia agora vai ativamente atrás de quem permaneceu com os dispositivos. Segundo a repórter Ana Paula Rodrigues, quem for encontrado com um desses aparelhos pode responder pelo crime de receptação.
A notificação prévia serve como prova de que a pessoa estava ciente da irregularidade, o que agrava a situação legal. O objetivo da ação, batizada de SP Mobile, é combater o mercado ilegal e desestimular o roubo e furto de celulares, tornando a posse de aparelhos de origem duvidosa um risco para o comprador.
Primeiros resultados da operação
Mesmo antes do início da fase de busca e apreensão, a iniciativa já apresentou resultados significativos. Em um dos casos relatados, um homem que foi devolver um celular no 11º Distrito Policial, em Santo Amaro, colaborou com os agentes e indicou a loja no centro da capital onde havia comprado o aparelho.
No local, a polícia encontrou diversos outros celulares furtados e sem nota fiscal, o que resultou na prisão em flagrante do dono do estabelecimento. A ação mostra que o foco não é apenas recuperar os bens, mas desmantelar a cadeia de venda de produtos roubados.
Em outra ocorrência, em Catanduva, no interior do estado, policiais rastrearam um celular roubado através do e-mail cadastrado e chegaram a uma mulher que o havia comprado de outra pessoa que já estava presa. A proprietária atual foi detida em flagrante também por receptação.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que, nos últimos três meses, a operação SP Mobule já conseguiu recuperar mais de 3.500 celulares em todo o estado. Deste total, cerca de 2.000 já foram devolvidos aos seus donos originais.
O sucesso da devolução depende diretamente da cooperação da vítima do crime. Por isso, as autoridades reforçam a importância de registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) em caso de roubo ou furto. O registro é essencial para que a polícia tenha conhecimento do crime e possa rastrear o aparelho. O procedimento pode ser feito de forma online, o que facilita o processo para a vítima e alimenta as estatísticas que guiam as ações de segurança pública.