O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, que matou o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo em agosto de 2022, gravou um vídeo nesta semana onde quebra o silêncio sobre o caso. Na gravação, Velozo pede perdão à família do lutador, mas sustenta a tese de que agiu em legítima defesa para "preservar sua vida".
O vídeo surge dias após sua absolvição e da autorização para sua reintegração aos quadros da Polícia Militar.
"Encontro genuíno com Deus"
No vídeo, Henrique Velozo aparece vestindo um terno escuro e camiseta clara, falando de forma pausada. Ele inicia a gravação mencionando o período em que esteve detido.
"Eu estive durante 3 anos e 3 meses encarcerado e hoje eu posso dizer que eu tive uma experiência única", afirma o PM, relatando ter tido um "encontro genuíno" com Deus durante o cárcere.
Dirigindo-se diretamente aos parentes de Leandro Lo, Velozo faz um pedido de desculpas:
Eu preciso fazer um pedido, que é um pedido de perdão. Um pedido de perdão aos familiares, a mãe, ao pai, a irmã, aos amigos e a todas as pessoas que amavam Leandro Lo.
Alegação legítima defesa
Apesar do pedido de perdão, o policial militar mantém a versão de que foi forçado a agir na noite do crime, ocorrido no Clube Sírio, em São Paulo.
"Gostaria de esclarecer que nesse dia, nesse trágico dia, eu fui colocado em um limite. Um limite que eu não gostaria de estar [...] Onde eu tive, infelizmente, que sujar a minha mão pra poder preservar minha vida", declarou Velozo.
Absolvição e Reintegração
A divulgação do vídeo ocorre após desdobramentos jurídicos e administrativos favoráveis ao policial.
Henrique Velozo foi absolvido das acusações que pesavam contra ele, o que resultou na expedição de seu alvará de soltura após o período de 3 anos e 3 meses mencionado na gravação.
Além da liberdade, a decisão judicial e os processos administrativos permitiram que Velozo fosse liberado para ser reintegrado à Polícia Militar do Estado de São Paulo. A decisão gera repercussão, visto que o caso teve grande comoção nacional e internacional devido à projeção de Leandro Lo no esporte.
Relembre o caso
O crime aconteceu em agosto de 2022, durante um show de pagode no Clube Sírio, na Zona Sul de São Paulo. Segundo testemunhas e a investigação da época, houve uma discussão entre o policial e o lutador. Leandro Lo teria imobilizado Velozo para acalmar a situação. Após ser solto, o policial sacou a arma e atirou na cabeça do atleta, que não resistiu aos ferimentos.
No vídeo divulgado agora, Velozo encerra sua fala apelando novamente à religiosidade: "Que Deus possa confortar e consolar o coração de todos".