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PF investiga atuação do presidente do Banco Master em lobbies com políticos
Reprodução/Banco Master

A Polícia Federal (PF) prendeu o banqueiro Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, e investiga suas conexões com o mercado financeiro e sua atuação em lobbies com políticos em Brasília. O empresário é suspeito de negociar carteiras de crédito falsas para o Banco de Brasília (BRB), uma transação que, segundo a PF, teria o objetivo de evitar a falência do Master com o uso de recursos públicos.

A "nave do lobby", como ficou conhecido o jatinho Falcon 7X de Vorcaro nos bastidores do Congresso, era um indicativo de sua chegada a Brasília para realizar negócios. O empresário se gabava de possuir uma rede de influência que envolvia figuras de diferentes espectros políticos.

Rede de influência e envolvimento de políticos

Entre os contatos políticos do dono do Banco Master estavam o senador Ciro Nogueira (PP) e o deputado Antonio Rueda (União Brasil). Vorcaro também mantinha relações com ex-ministros da oposição, como Fabio Faria, e do governo, como Guido Mantega, que articulou um encontro entre o banqueiro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado.

Além dos políticos, Vorcaro exibia uma lista de autoridades que já prestaram serviços para o banco. O atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, já atuou como consultor jurídico do Master, e o ex-presidente Michel Temer prestou serviços na negociação com eventuais parceiros do banco nos Emirados Árabes.

A influência de Vorcaro também era usada em momentos de descontração. O banqueiro adquiriu um camarote VIP no Sambódromo da Marquês de Sapucaí no valor de R$ 40 milhões, e os convites eram disputados no Congresso.

Negócio com BRB e emenda constitucional

Uma das linhas de investigação da PF envolve a aproximação de Vorcaro com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com o senador Ciro Nogueira atuando como um dos "padrinhos" do contato. Após essa aproximação, o BRB, banco público de Brasília, anunciou a compra de parte do Banco Master.

A transação foi posteriormente vetada pelo Banco Central, mas agora está sob a mira da Polícia Federal, que investiga uma possível pressão de políticos para que o negócio fosse concretizado.

A PF sustenta que Daniel Vorcaro vendeu R$ 12 bilhões em carteiras de crédito falsas ao BRB e entregou documentos adulterados ao Banco Central para tentar justificar a negociação. A investigação aponta que o dinheiro foi repassado antes da formalização do pedido de compra do Master e sem a autorização do Banco Central, o que configuraria uma tentativa de "evitar a falência usando recursos públicos".

O senador Ciro Nogueira também apresentou, no ano passado, uma Emenda Constitucional que propunha mudanças no Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A emenda buscava aumentar o valor máximo de cobertura do FGC de R$ 250 mil para R$ 1 milhão para clientes em caso de quebra de um banco. A possibilidade de investimentos mais altos e "sem risco" era usada no marketing de Vorcaro para atrair investidores. A emenda atualmente está parada na Câmara.

Em comunicado oficial ao mercado, o BRB informou que contratou uma auditoria externa para apurar as suspeitas levantadas pela investigação.

Antonio Rueda e Ibaneis Rocha disseram que não vão se manifestar sobre o caso. Ciro Nogueira, Fabio Faria e Guido Mantega não responderam às solicitações de posicionamento.

Fonte: Band.
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