
O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o Oruam, comemorou a soltura após dois meses preso na noite dessa segunda-feira (29). Em vídeo publicado nas redes sociais, o cantor afirmou em um rap que só quer que o deixem cantar.
Oruam foi solto após o ministro do Supremo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Joel Paciornik, determinar que ele aguarde o julgamento onde é réu por sete crimes em liberdade. No vídeo, ele afirma que errou, mas que tentava fazer o certo.
"Fiz errado, mesmo tentando fazer o certo. Me jogaram lá sozinho, vi Jesus em uma cama de concreto. Nunca fui fraco, sempre fui forte, não vai cair uma lágrima de dentro dos meus olhos. Sabe por quê? O Estado massacra demais, prenderam só um menino, que estava parecido com o pai", cantou.
"Naquele dia que cantou o alvará, cês não venceram, só prenderam um menino. Não quero nada, só que me deixem cantar, dentro da cadeia escrevi uma poesia. Não sou o brabo, nem o bambambã, mas dentro do presídio, 'seu polícia' era meu fã", completou Oruam.
Decisão do STJ e saída do presídio
Oruam estava detido no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio, desde julho. A Secretaria de Administração Penitenciária confirmou que recebeu o alvará de soltura e liberou o cantor, que deixou a unidade acompanhado por familiares e advogados.
Na decisão, o ministro Joel Ilan Paciornik destaca que o músico é réu primário e se apresentou de forma espontânea após os fatos, o que contribuiu para que ele pudesse responder ao processo em liberdade.
Acusação de tentativa de homicídio
O artista se tornou réu após um confronto com policiais civis na porta de casa, no Joá, zona oeste do Rio, em julho. Na ocasião, uma operação comandada pelo delegado Moisés Santana investigava a presença de um foragido no local — o que foi confirmado pela polícia.
Segundo a denúncia, Oruam atirou pedras contra os agentes, uma delas com quase cinco quilos, o que levou o Ministério Público a acusá-lo de tentativa de homicídio. Depois da ação, ele fugiu e se escondeu no Complexo da Penha, sendo considerado foragido até se entregar dias depois.