
Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (12), os promotores de Justiça deram detalhes da operação Ícaro, que prendeu os empresários Sidney OIiveira, dono da rede Ultrafarma, Mario Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop e o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto. Segundo o MPSP, a investigação durou 6 meses e já apresentou fatos concretos para a operação realizada.
“Foram 19 mandados de busca e apreensão. E também foram cumpridos 3 mandados de prisão em relação à empresários que estavam envolvidos nesses crimes de corrupção. Foram 6 meses de investigações que deram corpo para a operação realizada hoje”, detalhou o Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, João Ricupero.
Outras empresas podem estar envolvidas
De acordo com o Ministério Público, a investigação aponta que outras empresas também participaram do esquema. E que a operação Ícaro terá novos desdobramentos.
“A nossa percepção é que outras várias empresas, grandes empresas do setor varejista, também podem ter se valido do mesmo esquema para conseguir a liberação desses créditos tributários. Não podemos divulgar aqui o nome das outras empresas ainda. Mas as investigações já estão em curso referente a essas outras empresas. Mas o nosso desafio daqui em diante é justamente verificar se há outros auditores fiscais também envolvidos nessa prática de corrupção. Nos aprofundarmos nas outras demais empresas que também se valeram desse estratagema de pagar vantagens indevidas para funcionários públicos para obtenção de benefícios fiscais”, afirmou o promotor Roberto Bodini.
Empresários presos
Os empresários Sidney OIiveira, dono da rede Ultrafarma, e Mario Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop foram preso na operação Ícaro.
“A operação e a investigação visam combater um esquema de corrupção que envolve alguns agentes fiscais da receita estadual, do lado do setor público e algumas empresas do comércio varejista do lado privado. Segundo as nossas investigações conseguiram apurar, algumas empresas do comércio varejista passaram centenas de milhões de reais para auditores fiscais da fazenda auxiliarem essas empresas a conseguirem o ressarcimento de créditos de ICMS que elas tinham na Secretaria da Fazenda", disse João Ricupero.
Polícia apreende dinheiro e esmeraldas na casa de auditor preso em SP
Durante a operação Ícaro, que prendeu o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, a polícia encontrou pedras preciosas e grande quantidade de dinheiro em espécie. O material foi apreendido na casa do auditor fiscal.
Segundo o MPSP, a investigação identificou que o auditor fiscal estadual estaria comandando um esquema de fraudes em créditos tributários que teria arrecadado em propinas cerca de R$ 1 bilhão desde 2021.
O auditor, Artur Gomes da Silva Neto, é supervisor da Diretoria de Fiscalização (DIFIS) da Fazenda estadual paulista. De acordo com a apuração, o fiscal utilizava manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas.