
Uma mulher de 33 anos foi detida em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, após usar a arma de seu marido, um sargento da Polícia Militar, para ameaçar uma vizinha durante uma briga. O caso, registrado em vídeo, chama a atenção para a responsabilidade de agentes de segurança sobre o armamento da corporação e a chamada "omissão de cautela".
As imagens mostram Nayara Alves Xavier apontando a arma para a vizinha e fazendo ameaças na presença de várias crianças que acompanhavam a discussão. A vítima relatou à polícia que, além das ameaças, também foi agredida com coronhadas na cabeça por Nayara, agressão que não é visível no vídeo. A arma utilizada no crime pertence ao marido da suspeita, que atua como sargento na PM.
De acordo com o boletim de ocorrência, a discussão começou porque Nayara se irritou com a presença da vizinha em frente ao seu portão. A suspeita alegou aos policiais que estava com o filho doente em casa e que já havia solicitado que a mulher se retirasse do local, o que teria motivado sua reação agressiva.
Nayara foi presa em flagrante, mas obteve liberdade provisória após passar por audiência de custódia. A Polícia Militar de Minas Gerais informou que abriu um procedimento para investigar a conduta do sargento. O objetivo é apurar se houve omissão de cautela, ou seja, se o policial foi negligente ao não guardar sua arma de forma segura, permitindo que a esposa tivesse acesso a ela.
Caso semelhante ocorreu há um mês
A discussão sobre o acesso de terceiros a armas de policiais ganha força com mais este episódio. Há quase um mês, um caso de grande repercussão ocorreu quando o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior usou a arma de sua esposa, a delegada Ana Paula Balbino, para assassinar o gari Laudemir Fernandes.
Naquele caso, a delegada foi indiciada pela polícia por porte ilegal de arma de fogo, sob a acusação de ter permitido ou facilitado o acesso do marido ao revólver. Como consequência, Ana Paula foi afastada de suas funções na Polícia Civil. Renê da Silva Nogueira Júnior segue preso pelo homicídio.