O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou, na quinta-feira (23) o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL) pelos crimes de perseguição, violência psicológica, violência física e ameaça contra a ex-mulher, a influenciadora Cíntia Chagas. O caso tramita sob segredo de Justiça, e o parlamentar nega as acusações.
A promotora Fernanda Raspantini Pellegrino solicitou à Justiça a prisão preventiva do deputado, alegando reiterados descumprimentos de medidas protetivas concedidas à vítima. O MP confirmou que a denúncia foi formalmente apresentada na quinta-feira.
Em nota, Cíntia Chagas afirmou receber a decisão “com serenidade e inabalável confiança na Justiça”.
“Trata-se de um homem público, e é moralmente inaceitável que agressores de mulheres permaneçam investidos em funções de poder. A violência contra a mulher não se circunscreve à esfera privada: constitui crime e afronta à dignidade humana. Que a lei siga o seu curso e que, como sempre, a verdade prevaleça. A todas as mulheres que enfrentam a violência, deixo uma mensagem: não se calem. O silêncio protege o agressor”, declarou.
O caso teve início em 4 de setembro de 2024, quando Cíntia registrou um boletim de ocorrência relatando que vivia um relacionamento abusivo, marcado por ciúmes, possessividade e controle por parte do então marido.
Na época, Bove negou qualquer agressão. Em publicação no Instagram, escreveu:
“Hoje meu coração está ferido, jamais esperava isso de quem tanto amei e cuidei. Para começar: eu jamais encostaria a mão para agredir uma mulher.”
Nesta quinta-feira (23), o parlamentar voltou a se manifestar nas redes sociais. Disse que o MP pediu sua prisão apenas porque ele teria “respondido a uma pergunta sobre fatos públicos”, e alegou haver laudos e depoimentos que indicam ausência de dano psicológico. Também acusou a ex-esposa de violar o segredo de Justiça.
“Eu, na qualidade de deputado sob a qual estou fazendo estas postagens, sinto vergonha em nome das milhares de vítimas reais de violência que muitas vezes deixam de denunciar justamente pela descredibilização que as falsas denúncias trazem à causa”, afirmou.
O deputado concluiu dizendo que está “em paz” e confia na Justiça:
“Além de ter a consciência limpa, confio na Justiça e tenho fé que a juíza será justa ao analisar tanto o pedido de prisão quanto a única narrativa que permaneceu de pé (violência psicológica).”