Mensagens interceptadas pela Polícia Civil durante a investigação contra o Comando Vermelho revelam o planejamento da compra de drones com câmera térmica para aprimorar o monitoramento de territórios dominados pela facção.
O equipamento permitiria a visualização de alvos mesmo em condições de baixa luminosidade, utilizando sensores de temperatura - tecnologia que poderia ser usada para detectar a movimentação de policiais durante operações.
Em conversas entre Carlos Gardenal e Washington Cesar Braga da Silva, conhecido como “Grandão” ou “Síndico da Penha”, os criminosos afirmam que precisavam se adaptar ao novo recurso. Ambos são apontados como gerentes gerais do Complexo da Penha e homens de confiança de Edgar Alves de Andrade, o Doca, chefe do Comando Vermelho no Rio de Janeiro.
Doca é considerado a principal liderança da facção nos complexos do Alemão e da Penha e também exerce influência em comunidades como Gardênia Azul, César Maia, Juramento e Quitungo, muitas delas tomadas da milícia.
As investigações também identificaram Pedro Paulo Guedes, o “Pedro Bala”, como integrante do primeiro escalão da facção no Complexo da Penha.
A denúncia do Ministério Público do Rio, que envolve 69 criminosos, aponta ainda o uso de tortura contra moradores e rivais. As informações constam no inquérito que embasou a megaoperação realizada na terça-feira (27) nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio - a maior já feita pelo governo estadual, com 121 mortos, entre eles quatro policiais, e mais de 80 presos.