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Juros altos e custo de vida fazem número de inquilinos no Brasil crescer 45% em 8 anos
© Marcello Casal jr/Agência Brasil

O perfil habitacional do brasileiro passa por uma transformação significativa nos últimos anos, com um aumento expressivo no número de famílias que moram de aluguel. De acordo com dados da PNAD Contínua do IBGE, a parcela de domicílios alugados no país cresceu 45% entre 2016 e 2024, chegando a 17,8 milhões de moradias, o que representa 23% do total. Em contrapartida, a proporção de casas próprias quitadas recuou de 66,8% para 61,6% no mesmo período.

Quase metade dessa alta no número de inquilinos ocorreu entre 2022 e 2024. O principal fator que explica esse movimento é o encarecimento do crédito imobiliário, impulsionado pela alta da taxa básica de juros. Nesse mesmo período, a Selic saltou de 7,75%, em janeiro de 2022, para 12,25% em dezembro de 2024, tornando os financiamentos para a compra da casa própria mais caros e restritivos para grande parte da população.

O peso dos juros no financiamento

A escalada da Selic impacta diretamente as taxas cobradas pelos bancos no crédito imobiliário. Atualmente, os juros para a compra de um imóvel financiado nos principais bancos do país variam entre 11% e 14% ao ano, acrescidos da Taxa Referencial (TR). Com prestações mais altas, o sonho da casa própria se torna inacessível para muitas famílias, que encontram no aluguel a alternativa mais viável para morar.

Dificuldade para a entrada

Além dos juros elevados, o custo de vida mais caro, resultado de um longo período de inflação em alta, também compromete a capacidade de poupança das famílias. Segundo o especialista em Direito Imobiliário, Leandro Nava, muitas pessoas não conseguem reunir os recursos necessários para dar a entrada em um financiamento. Os bancos costumam financiar entre 70% e 80% do valor do imóvel, exigindo que o comprador tenha o montante restante, o que se torna um obstáculo para quem tem o orçamento apertado.

O movimento também atrai investidores, que passam a enxergar no mercado de locação uma oportunidade de renda segura. O Sudeste é a região que concentra a maior proporção de imóveis alugados no Brasil, enquanto o Norte e o Nordeste ainda mantêm uma tradição mais forte de moradia própria. A verticalização das cidades, com o aumento da oferta de apartamentos, também reforça a tendência do aluguel nos grandes centros urbanos.

Fonte: Band.
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