
Por quase um mês, os criminosos mapearam os trajetos feitos por Ruy Ferraz Fontes na Praia Grande, no litoral de São Paulo. O Logan branco que foi flagrado por câmeras de segurança no dia do crime, foi visto circulando pela cidade da Baixada Santista desde o dia 19 de agosto, sempre em endereços próximos à prefeitura, nos dias em que a vítima estava trabalhando, e em horários parecidos. O que demonstra que a quadrilha planejou cada detalhe da ação, que hoje completa uma semana.
O carro modelo Logan branco, usado por criminosos como parte da emboscada ao ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, aparece 40 minutos depois da execução, circulando próximo a casa usada como QG pela quadrilha.
As imagens foram registradas por câmeras de segurança que ficam em um estabelecimento na mesma rua do imóvel, o que demonstra que alguns dos envolvidos retornaram para o local após o crime.
Crime
Este mesmo carro aparece próximo à prefeitura antes da execução acontecer, no último dia 15. Às 18h08, o Logan passa em frente à sede do município. O motorista é obrigado a fazer o retorno, e um minuto depois é flagrado estacionando bem na ponta da rua. Desta forma, os suspeitos passaram a ter uma visão privilegiada do ponto exato em que Ruy Ferraz passaria ao sair do trabalho.
Imagens das câmeras de segurança da rua ao lado de onde estava parado o carro branco mostram o veículo preto, modelo Hillux, estacionando às 18h02. Ao menos quatro bandidos estavam neste automóvel e aguardavam as informações dos outros suspeitos, que monitoravam a saída do ex-delegado.
Às 18h14 o carro de Ruy Ferraz Fontes passa bem em frente à rua lateral onde estava parado o carro branco. Segundos depois, os bandidos dão a partida e seguem a vítima. A informação de que ele estava a caminho da emboscada já foi passada aos comparsas. Os primeiros tiros são disparados ainda de dentro da Hillux.
Ruy ainda consegue dirigir por alguns metros, mesmo sendo perseguido. Mas no cruzamento, ele bate o carro contra dois ônibus e é brutalmente executado pelos suspeitos, que desceram do Hillux e com fuzis dispararam diversas vezes contra o ex-delegado.
O carro Logan branco não é visto entrando na mesma rua que Ruy Ferraz Fontes. Os suspeitos seguiram em frente e cerca de 40 minutos depois já foram vistos próximo à casa usada como QG do crime. Além dos dois veículos flagrados nas imagens, um Renegade também foi usado pelos criminosos durante a emboscada.
Investigação e presos
No mesmo dia do crime, uma força-tarefa foi montada para as investigações, que são chefiadas pelo DHPP. Até o momento oito mandados de prisão temporária foram expedidos. Quatro pessoas, que de acordo com a polícia tem envolvimento no crime, já foram presas.
Daesly Oliveira Pires, suspeita de ter transportado um fuzil de Praia Grande para Diadema; Luiz Henrique Santos Batista, o ‘Fofão’, suspeito de ter levado um dos atiradores da Praia Grande para São Paulo; Rafael Marcel Dias Simões, o ‘Jaguar’, que não teve a participação detalhada pela polícia; e William Silva Marques, dono do imóvel que teria sido usado como QG pelos criminosos.
Além disso, seguem foragidos Felipe Avelino da Silva, conhecido como ‘Mascherano’, Flavio Henrique Ferreira de Souza e Luiz Antônio Rodrigues de Miranda. As buscas e as investigações continuam, inclusive para descobrir qual foi a motivação para a morte de Ruy Ferraz Fontes.