Um estudo inédito, conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) revelou que o consumo contínuo de arroz com feijão — combinação tradicional da mesa brasileira — acrescenta, em média, 2,11 minutos de vida saudável. Em contrapartida, alimentos ultraprocessados, como bolachas recheadas, podem reduzir até 39 minutos da expectativa de vida com qualidade.
O levantamento, publicado na revista científica International Journal of Environmental Research and Public Health, analisou o impacto de 33 alimentos populares no Brasil sob dois aspectos: efeitos sobre a saúde (medidos em “minutos de vida saudável”) e impacto ambiental, considerando emissões de gases de efeito estufa e consumo de água.
De acordo com os pesquisadores, o arroz com feijão está entre os alimentos que melhor equilibram nutrição, sustentabilidade e acessibilidade — pilares fundamentais para o futuro da alimentação. De modo geral, as descobertas mostram que escolhas simples, como manter o arroz e feijão na rotina, podem gerar benefícios reais e mensuráveis tanto para a saúde humana quanto para o planeta.
O estudo reafirma a relevância de um dos hábitos mais antigos e democráticos da alimentação brasileira. “Esse é um dado científico que traduz o que as famílias brasileiras já sabem há gerações; o arroz e o feijão formam uma base alimentar completa, acessível e sustentável. É uma combinação que atravessa o tempo porque entrega sabor, energia e equilíbrio nutricional”, afirma Janaína Coelho da Silva Paiva, coordenadora de comunicação e marketing da Josapar.
A análise também chama atenção para o contraste entre alimentos ultraprocessados e os in natura. Enquanto os primeiros apresentam impactos negativos à saúde e ao meio ambiente, os alimentos de origem vegetal, como arroz, feijão e frutas, têm desempenho positivo em ambos os quesitos.