A enfermeira envolvida na morte de uma mulher de 28 anos durante um procedimento estético se entregou no começo da tarde desta quarta-feira (15), no Rio de Janeiro.
A morte ocorreu em uma clínica em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, durante uma hidrolipoaspiração. Um mandado de prisão preventiva contra Sabrina foi expedido pela 1ª Vara Criminal da Justiça do Rio.
A Justiça converteu a prisão de Sabrina, e do médico José Emílio de Brito, preso desde 15 de setembro, de temporária para preventiva. O pedido do Ministério Público foi acatado sob a justificativa de risco à ordem pública e para garantir a aplicação da lei penal.
Irregularidades e atos privativos de médico
De acordo com a investigação policial, Sabrina Rabetin Serri atuava ao lado do médico José Emílio de Brito, que realizou a hidrolipoaspiração no hospital-dia Amacor. O procedimento, que culminou na morte de Marilha, é marcado por irregularidades graves. O delegado Wellington Vieira, da Decon, afirma que a enfermeira "praticou atos privativos de médicos", incluindo a aplicação de anestésico na paciente.
O laudo da necropsia do Instituto Médico Legal (IML) contradiz a versão inicial do médico. Enquanto José Emílio havia registrado no hospital que a paciente morreu por broncoaspiração seguida de parada cardiorrespiratória, o IML identificou sete perfurações no corpo da vítima, que foram a causa de hemorragia interna.
Em outubro, Sabrina Rabetin Serri chegou a ser indiciada por homicídio e exercício ilegal da medicina. Na ocasião, ela foi ouvida pela polícia, mas optou por não se manifestar à imprensa. Durante uma das operações de busca, os agentes apreenderam celulares e um notebook da suspeita para análise.
Além do mandado de prisão preventiva contra a enfermeira, a Polícia Civil cumpriu oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados a outras pessoas envolvidas no caso, incluindo a secretária e as captadoras de clientes da clínica.