O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, indiciado pelo assassinato do gari Laudemir Fernandes no dia 11 de agosto em Belo Horizonte, pediu à mulher, a delegada Ana Paula Balbino, que entregasse a arma errada à investigação.
A informação consta nas mais de 500 páginas do inquérito do caso, ao qual a reportagem da Band teve acesso.
Em mensagens de WhatsApp recuperadas pela Polícia Civil de Minas Gerais, Renê pede que Ana Paula entregue a arma institucional, e não a de uso pessoal – no caso, a que foi utilizada para disparar contra Laudemir. Ainda nas conversas, Renê disse à mulher que estava “no lugar errado” e “na hora errada”, e que não teria cometido crime.
Depois do assassinato de Laudemir, Renê mandou mensagens ao chefe para avisar que chegaria atrasado ao trabalho porque precisou mudar de rota no trânsito, impactado pelo horário de funcionamento de escolas.
Também segundo o inquérito, a delegada atendeu a uma ligação do marido por volta das 14h, já depois do crime. O teor do telefonema, no entanto, não foi recuperado pela investigação, o que só deve acontecer mediante quebra do sigilo telefônico.
O inquérito pode implicar Ana Paula no caso, uma vez que a informação inicial era de que a delegada não sabia do crime do marido. Ela está afastada das funções na Polícia Civil por 60 dias para tratamento de saúde.
O inquérito aponta o fascínio de Renê por armas de fogo, que ostentava em vídeos enviados para grupos de WhatsApp com os amigos. Em uma das gravações, diz que as “ferramentas” estão à disposição para quem quiser revolver questões pessoais.