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Crime organizado usa ostentação e códigos em redes para recrutar jovens

O crime organizado tem usado as redes sociais como uma vitrine de ostentação para recrutar jovens. Perfis com milhares de seguidores são criados para divulgar a vida no crime, usando a internet como um método de recrutamento para as facções.

A principal tática para atrair os jovens é a exibição de artigos de luxo e poder : cordões e joias com siglas de facções, carros e motos caros, grande quantidade de dinheiro e armamentos pesados, incluindo fuzis e granadas.

Esses perfis servem de vitrine para recrutar jovens. Eles “vendem um falso glamour que pode custar a vida”.

Estratégias e códigos das facções
As facções criminosas utilizam códigos e símbolos específicos nas redes para se identificar e se comunicar. Um dos exemplos é o uso de fotos ou emojis de ursos, uma referência direta a Edgar Alves de Andrade, conhecido como "Doca" ou "Urso", um dos chefões do Comando Vermelho (CV).

O próprio Comando Vermelho é frequentemente identificado por uma bandeira vermelha em diversas postagens.

Para evitar que o conteúdo seja removido pelas plataformas, os criminosos recorrem a estratégias de disfarce. Muitos perfis usam emojis, inclusive infantis, para cobrir o rosto dos membros e os armamentos exibidos.

O procurador de justiça Márcio Mothé ressalta que o uso indevido da internet e das redes sociais tem sido um fator para o aumento de jovens envolvidos no crime, especialmente no Rio de Janeiro.

Mothé aponta que o Rio de Janeiro possui uma única vara que julga todos os adolescentes autores de atos infracionais, o que permite quantificar e constatar o aumento de envolvimento decorrente do uso das plataformas.

A linha de frente da atividade criminosa
O recrutamento e a exibição ganharam ainda mais clareza durante a Operação Contenção. Entre os 17 suspeitos mortos sem ficha criminal anterior, 12 apresentavam em seus perfis sinais de envolvimento com o tráfico.

Outro caso de destaque foi o da "Japinha do CV", que ostentava a vida no crime. Ela chegou a postar um vídeo afirmando que não havia morrido em uma ação policial no mês passado e que teria abandonado o crime.

A Secretaria de Segurança Pública tem monitorado o aumento dessas redes sociais, que cresceu nos últimos cinco anos.

O subsecretário de inteligência do Rio de Janeiro, Pablo Sartori, explica que os perfis de ostentação não pertencem à liderança das facções.

"Há um grupo de liderança dentro dessas comunidades, da organização criminosa, esses não têm perfil, não fazem ostentação, não aparecem em lugar nenhum".

Sartori complementa que os líderes "deixam essa parte da atividade criminosa para todos aqueles que são a linha de frente, que são aqueles que ficam para enfrentar a polícia enquanto o líder tenta fugir”.

Fonte: Band.
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