A criança Maya, vítima de um ataque de um cão da raça pitbull em Campinas, recebeu alta hospitalar na manhã desta terça-feira e já está em casa. A menina, que sofreu ferimentos na perna, precisa agora de cuidados redobrados para evitar uma infecção nos pontos. A tia da vítima, Ketllen Martins, expressa a sensação de alívio e preocupação de ter Maya em casa.
No entanto, o caso de Maya não é um incidente isolado. O repórter Guilherme Celegato, em Campinas, informa que o mesmo Pitbull já atacou outras três pessoas na mesma região. Apesar dos boletins de ocorrência terem sido registrados, nenhuma providência foi tomada, e o pitbull continua na residência, gerando receio entre os moradores.
Cintia Lopes, monitora na região, relata a dificuldade de conviver com o animal solto, destacando que "tá difícil viver ali com o cachorro na casa, ninguém faz nada, o dono tbm não".
Medo e negligência
Moradores vizinhos relatam que o animal permanece sozinho na casa praticamente o dia todo, latindo constantemente. O medo é agravado pelo temperamento nervoso do cão, que chega a tentar pular o muro que separa as residências. Em um registro em vídeo, o animal aparece saltando em direção ao muro.
A vizinhança relata ainda que, durante os dois anos em que o animal está no local, ele foi muitas vezes maltratado pelo dono, que se mudou há cerca de três meses e ainda não foi encontrado pelas autoridades. Quem reside na casa atualmente é o irmão do proprietário, mas ele sai cedo e só retorna à noite.
Nesta terça-feira, investigadores foram até a casa com a intenção de intimar o dono do pitbull.
O advogado Jamil Itani reforça que a responsabilidade pela guarda e contenção do animal é sempre do proprietário, independentemente da raça. Em casos de ataque, o dono pode responder a pelo menos três acusações legais:
- Falta de cautela e zelo com o animal;
- Lesão corporal;
- Homicídio culposo, caso a vítima venha a óbito.
Ele reitera que a responsabilidade do dono existe mesmo que ele não resida mais no local.