
A decisão entre comprar um carro novo ou optar por um modelo de assinatura ganha cada vez mais espaço no planejamento financeiro pessoal.
A análise vai além da preferência de consumo: envolve custos diretos e indiretos, previsibilidade de gastos, perfil de uso e impacto no patrimônio de longo prazo.
Para definir a melhor escolha, é essencial comparar os dois modelos de posse e entender como cada um se ajusta ao orçamento e aos objetivos individuais.
Custos envolvidos na compra de um carro
Adquirir um veículo envolve o chamado Custo Total de Propriedade (TCO), que considera todos os gastos diretos e indiretos durante sua vida útil. Esse cálculo inclui:
- Custo de aquisição: valor pago à vista ou financiado, acrescido de juros compostos no caso de parcelamento.
- Depreciação: perda de valor ao longo do tempo, que pode variar entre 15% e 20% no primeiro ano.
- Custos fixos anuais: impostos como IPVA, seguro e licenciamento.
- Custos variáveis: combustível, manutenções preventivas e corretivas, troca de pneus e lavagens.
- Custo de oportunidade: o dinheiro investido no carro deixa de render em aplicações financeiras de baixo risco.
Esses fatores tornam a posse de um veículo mais onerosa do que o preço exibido na concessionária, especialmente quando há financiamento.
O que inclui o carro por assinatura
O carro por assinatura funciona como um aluguel de longo prazo, com contratos de 12 a 36 meses. Nesse modelo, o cliente paga uma mensalidade fixa que já inclui:
- uso de veículo zero quilômetro;
- pagamento de IPVA e licenciamento;
- seguro completo contra roubo, furto e colisõe
- manutenções preventivas;
- assistência 24 horas.
Os custos extras ficam restritos a combustível, multas e eventuais franquias do seguro. Porém, há limites de quilometragem mensais ou anuais, e ultrapassá-los gera cobranças adicionais que podem encarecer o serviço.
Compra ou assinatura: qual escolher?
A resposta depende do perfil do consumidor:
- Prazo de permanência: quem pretende ficar com o carro por mais de quatro anos tende a gastar menos comprando, já que o custo cai após a quitação e a maior fase de depreciação.
- Previsibilidade de gastos: a assinatura é vantajosa para quem busca evitar surpresas com reparos e variações no preço do seguro.
- Capital inicial: a compra exige entrada ou pagamento à vista, imobilizando recursos que poderiam ser aplicados em investimentos. A assinatura não demanda esse desembolso.
- Perfil de uso: quem roda dentro do limite de quilometragem e gosta de trocar de carro a cada ano ou dois se beneficia mais da assinatura. Já motoristas que percorrem longas distâncias podem economizar com a compra.
- Patrimônio: comprar gera um ativo de revenda, ainda que depreciado. A assinatura não resulta em patrimônio ao final do contrato.
A decisão, portanto, deve ser racional e baseada em simulações financeiras. Utilizar calculadoras online ou planilhas para estimar o Custo Total de Propriedade e comparar com o valor da assinatura no mesmo período é o caminho mais seguro para escolher a modalidade que oferece a melhor relação custo-benefício para cada realidade.