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Clonagem de controles em segundos vira arma para invasões de casas em SP
Reprodução/Brasil Urgente

Bastam alguns segundos. Esse foi o tempo necessário para se clonar um controle remoto de um portão automático de garagem, em um chaveiro no centro de São Paulo. Com uma câmera escondida, um repórter investigativo demonstrou a simplicidade e a rapidez do serviço, que se tornou uma das principais ferramentas para criminosos especializados em invasões de domicílios.

Ao todo, o processo de entrar no estabelecimento, solicitar a cópia e sair com o controle clonado em mãos levou apenas dois minutos. A negociação foi direta: "Tudo bem? Precisava de um controle igual a esse aqui", disse o repórter ao atendente.

O funcionário pegou o dispositivo original e se dirigiu a outro local. Em instantes, retornou trazendo algumas explicações sobre o funcionamento.

o atendente pega o controle e leva para outro local. Alguns segundos se passam, e o homem retorna dizendo que para dar certo seria preciso programar o "segredo" do controle em outro dispositivo.

"O que dá para fazer é programar em outro, porque esse seu aqui é só lá na central para programar (...). É a mesma coisa, né? Vai abrir o portão e vai fechar", garantiu ele.

Logo depois, um segundo funcionário se aproximou e realizou a clonagem em um instante. Aproximou um dispositivo do outro, apertou um botão e confirmou a operação.

O custo do serviço foi de R$ 70. Embora a cópia de controles não seja uma atividade ilegal — equivalendo a tirar a cópia de uma chave comum —, a vulnerabilidade do sistema acende um alerta para a segurança de moradores de casas e condomínios.

Modus Operandi de um crime crescente
A facilidade para duplicar os controles está diretamente ligada ao aumento no número de invasões a residências registradas nos últimos meses. Na maioria dos casos, os criminosos entram nos imóveis com a mesma facilidade de um morador, abrindo os portões sem levantar suspeitas.

Segundo o delegado Deglayr Barcelos, as quadrilhas utilizam diferentes estratégias para obter acesso.

"No que se refere a furto e roubo de residências, tem algumas modalidades que se usam para adentrar no imóvel, seja ele um apartamento, um condomínio ou até mesmo uma casa de rua. A utilização do controle busca facilitar o acesso, seja por meio de um controle clonado, ou até mesmo de um controle trocado", explica.

Casos recentes exibidos pelo programa Brasil Urgente ilustram a gravidade da situação. Em junho deste ano, o engenheiro Francisco Paulo de Sebe Filippo, de 57 anos, foi assassinado dentro de sua mansão no Jardim Paulista, bairro nobre da Zona Sul de São Paulo. Quatro criminosos invadiram a propriedade usando um controle clonado. O engenheiro chegou em casa logo após a entrada dos suspeitos, foi rendido e baleado na nuca.

A quadrilha fugiu levando joias e outros itens de valor. As investigações do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) levaram à prisão de dois suspeitos. Um terceiro morreu em confronto com a polícia. A mesma quadrilha já era responsável por outros assaltos com o mesmo método.

Em agosto, no bairro de Moema, também na zona sul, dois prédios de luxo na mesma rua foram alvos do mesmo grupo. Em ambos os ataques, os bandidos usaram controles furtados de moradores para abrir os portões da garagem. Nos crimes, reféns foram obrigados a entregar dinheiro e objetos de valor, incluindo uma barra de ouro. Uma operação policial posterior desarticulou o grupo e prendeu 14 de seus integrantes.

Manobristas cooptados por criminosos
As investigações policiais revelaram o principal elo entre as vítimas e as quadrilhas: funcionários de estacionamentos. Na maioria das vezes, os criminosos obtêm os controles quando as vítimas deixam seus carros com manobristas em locais como clínicas, restaurantes ou academias.

Esses funcionários são cooptados pelas organizações criminosas e recebem entre R$ 300 e R$ 400 por cada controle trocado ou clonado.

"É importante ressaltar que existem modalidades distintas quando se refere ao controle. Por vezes, a associação criminosa troca o controle, seja por meio de um integrante de um vallet (...), ou também, por aqueles sistemas antigos dos portões, que é possível realizar a clonagem até simples com a utilização de uma tecnologia até simplória", detalha o delegado Deglayr Barcelos.

Ação policial e recomendações
Nesta semana, uma ação preventiva da Polícia Militar evitou uma invasão à casa de uma idosa em Interlagos, na Zona Sul. Policiais em patrulhamento desconfiaram de um carro com placas adulteradas. Durante a abordagem, encontraram controles remotos e anotações com o endereço que seria atacado.

"Inicialmente, nada de ilícito foi encontrado, porém tinha um controle de residência no interior e as versões deles não estavam coerentes", relatou o tenente Luiz Silva.

Os quatro homens que estavam no veículo foram presos em flagrante por associação criminosa e adulteração de veículo. Todos já tinham passagens pela polícia.

Para a população, a principal recomendação é nunca deixar os dispositivos de acesso no carro e redobrar a atenção.

"Chegou em casa e percebeu que o controle não está abrindo, não necessariamente significa que está com defeito. Pode ser que tenha sido trocado e você possa estar sendo observado. É importante às vezes ou desativar o controle antigo ou até mesmo trocar o sistema de acesso”, recomendou o delegado.

Fonte: Band.
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