
Autoridades paraguaias descobriram que chefes do PCC cumpriam pena em celas de luxo em uma penitenciária do país. Os espaços ofereciam televisão de tela plana, sofá, mesa de refeições, geladeira, ar-condicionado e até banheira. O custo mensal para manter a estrutura chegava a quase R$ 2,5 mil, valor que, segundo a investigação, era pago como propina a chefes da segurança do presídio.
As acomodações especiais eram destinadas apenas a líderes da facção criminosa que não queriam dividir celas superlotadas. A irregularidade foi identificada durante uma visita de juízes corregedores à unidade prisional. Após a inspeção, parte da penitenciária foi interditada e 42 presos foram transferidos. Dois diretores foram afastados dos cargos, e a Justiça paraguaia apura o esquema de corrupção.
Histórico de privilégios em presídios paraguaios
Não é a primeira vez que o sistema prisional do Paraguai registra casos semelhantes. Em 2016, a Justiça local descobriu um apartamento de luxo dentro de outra penitenciária. O espaço era ocupado pelo narcotraficante Jarvis Pavão e contava com três cômodos, sala de reuniões, biblioteca, cozinha e televisões modernas.
Na época, o caso teve repercussão internacional e foi mostrado em entrevista exclusiva concedida por Pavão ao repórter Rodrigo Hidalgo, da Band.
Atualmente, Jarvis Pavão está preso em uma penitenciária federal de segurança máxima no Brasil. Ele já foi considerado um dos maiores traficantes da fronteira e é acusado de planejar a execução de Jorge Rafaat em Pedro Juan Caballero, episódio que ficou conhecido pela violência e pelo uso de armamento pesado.
Investigações em andamento
As autoridades paraguaias agora investigam como o esquema das chamadas “celas VIP” funcionava e quem mais estaria envolvido no recebimento de propina para conceder os benefícios ilegais a integrantes do PCC.
O Ministério Público do país vizinho ainda avalia se os diretores afastados podem ser responsabilizados criminalmente pelo favorecimento aos presos da facção.