A Polícia Civil de São Paulo confirmou, na última quarta-feira (20), que o caso do caminhoneiro que paralisou o Rodoanel, em São Paulo, na semana passada, não passou de uma farsa. O motorista, Dener Laurito dos Santos, de 52 anos, confessou que inventou o sequestro e a ameaça de bomba que mobilizaram as forças policiais.
A confissão foi obtida durante um novo depoimento na delegacia de Taboão da Serra. O motorista admitiu ter montado o artefato explosivo falso com materiais encontrados no próprio caminhão, como fios, fita crepe e papel alumínio.
A farsa, que teria sido premeditada na noite anterior , causou um congestionamento de mais de 40 quilômetros no Rodoanel, com a interdição da via por cinco horas no dia 12 de novembro.
O que motivou a confissão?
De acordo com a investigação, a polícia já havia notado inconsistências no depoimento inicial de Dener. A polícia também apurou que o motorista jogou uma pedra no para-brisa da carreta para simular uma tentativa de assalto.
Em sua confissão, o motorista alegou que o motivo para a encenação era "chamar a atenção para a dificuldade da vida dos caminhoneiros", que, segundo ele, sofrem esperando por resgate em casos de assalto ou problemas no veículo.
No entanto, a polícia ainda não está totalmente convencida dessa motivação e a investigação continua. As autoridades tentam descobrir se Dener agiu sozinho e se há mais pessoas envolvidas na encenação.
As consequências do ato
Dener Laurito dos Santos foi indiciado por falsa comunicação de crime, o que pode resultar em uma detenção de um a seis meses, além do pagamento de uma multa.
A investigação também revelou que Dener é um ex-policial militar, expulso da corporação em 2006 por atos desonrosos. A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo confirmou o fato.
Relembre o caso
O caso ganhou destaque na mídia na manhã do dia 12 de novembro, quando a carreta, supostamente carregada com explosivos, foi atravessada no Rodoanel.
O motorista foi encontrado com as mãos amarradas e em estado de choque. A situação levou ao acionamento do esquadrão antibomba.
Imagens do helicóptero da Band mostraram o motorista em surto, dizendo que estava cercado por "bombas" e, em seguida, caindo desmaiado sobre um policial do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) que se aproximou para o resgate.
A carreta transportava uma carga, mas a polícia ainda tenta confirmar o que era, já que a primeira informação de que ele vinha do Peru/Acre e transportava explosivos não se confirmou.
Apesar da confissão, a investigação segue para determinar as reais consequências do ato de Dener.