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Câmara Municipal de SP gastou R$ 4 milhões com vale-peru a funcionários

O gasto ocorre em um momento de questionamentos sobre a destinação de recursos públicos, especialmente após vendavais e destruição na cidade.O montante de R$ 4 milhões daria para custear o corte, recorte e remoção de mais de 4.089 árvores na cidade, com base na Tabela de Custos de Infraestrutura Urbana da Prefeitura de SP, que considera o valor de R$ 978,05 onerado por árvore.

O benefício natalino foi aprovado em novembro do ano passado por meio de uma lei que tramitou pelo plenário da Câmara e teve o apoio dos 55 vereadores sem questionamentos. A direção da Câmara confirma que a gratificação de Natal, chamada de “Vale-Peru”, tem amparo legal.

A população paulistana demonstra indignação com a diferença entre o benefício e a situação de parte da sociedade. A escrevente aposentada Nanci Crecibeni classifica o vale de R$ 2 mil como “absurdo”. O promotor de farmácia Vinicius Fonseca afirma que os agentes públicos “sempre encontram um jeito de engordar o deles”. A guia turística Rafael Abranches ressalta o contraste, mencionando que vê pessoas "pegando no lixo" enquanto o salário mínimo está em R$ 1.600 e os funcionários recebem um "vale-peru de R$ 2 mil".

Além do "Vale-Peru", os servidores da Câmara de São Paulo já recebem um vale-refeição diário de R$ 93,00. Este valor foi reajustado em março em 9,4%, o que representa quase o dobro da inflação acumulada entre abril de 2024 e março de 2025, que foi de 5,48% (IPCA).

Especialista critica acúmulo de "penduricalhos"

Embora o “Vale-Peru” não seja ilegal, uma vez que foi aprovado por lei, ele se soma a outros gastos públicos questionáveis, resultando na falta de recursos em áreas mais críticas da administração pública.

Luccas Saqueto, economista, mestre em economia política pela PUC-SP e economista da GO Associados, explica que o problema reside na acumulação desses gastos. "O problema é que a conta-gotas a gente vai enchendo um copo de penduricalhos, de gastos desse tipo. E acaba que o dinheiro para reforma de escolas, recapeamento de ruas, investir em segurança pública, fica em segundo plano", critica o especialista.

O caso de São Paulo não é isolado. No ano passado, o Tribunal de Justiça do Mato Grosso concedeu um “Vale-Peru” de R$ 10.055,00 para juízes e servidores. No entanto, a Corregedoria de Justiça bloqueou o benefício, e o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve essa decisão.

Fonte: Band.
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