Relatos de estrangeiros que se surpreendem positivamente com a eficiência do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil contrastam com as dificuldades enfrentadas por brasileiros em território americano.
Um vídeo que circula nas redes sociais registra o sofrimento de Jones Brenon, um brasileiro que, em meio a uma crise de cálculo renal — descrita pela medicina como uma das dores mais intensas que o corpo humano pode suportar —, precisou engatinhar pelos corredores de um hospital no estado da Geórgia para buscar socorro.
Brenon afirma que, mesmo gritando de dor e apresentando respiração irregular, não recebeu atendimento prioritário. Ele relata ter esperado por mais de uma hora no pronto-socorro antes de decidir abandonar a unidade e procurar outro hospital.
Na segunda instituição de saúde, o brasileiro foi atendido com agilidade, recebeu medicação e teve o diagnóstico confirmado. Em resposta, o primeiro hospital declarou que seguiu os protocolos de triagem dos Estados Unidos, que priorizam o risco imediato à vida em detrimento da intensidade da dor sentida pelo paciente.
A urgência médica da crise renal
Diferente da interpretação do protocolo de triagem citado pela unidade americana, especialistas reforçam a gravidade do quadro. De acordo com análise técnica de um nefrologista consultado pelo Jornal da Band, existe uma escala de classificação de dor onde níveis fortes são categorizados como urgências médicas. "As crises de cólica renal normalmente se apresentam com dores muito fortes e incapacitantes, então elas devem, sim, ser tratadas como urgência médica", explica o especialista.
Diferente do modelo brasileiro, os Estados Unidos não possuem um sistema de saúde público e universal nos moldes do SUS. O tratamento para problemas renais no país pode custar entre US$ 3,5 mil e US$ 15 mil, dependendo da gravidade. Em casos que exigem internação, os valores podem dobrar, tornando o acesso à saúde um desafio financeiro para residentes e imigrantes.
Mudanças políticas e o custo da saúde em 2026
O cenário da assistência médica nos Estados Unidos tende a se tornar ainda mais complexo nos próximos anos. A partir de 2026, estima-se que quase 20 milhões de americanos de classe média enfrentarão aumentos significativos nos custos dos seguros de saúde. O motivo é a decisão do governo de Donald Trump de não prorrogar subsídios federais, como os previstos no Obamacare.
Com a interrupção desses auxílios, os valores dos planos de saúde podem mais do que dobrar. A análise política indica que essa medida pode levar uma fatia considerável da população a ficar sem qualquer tipo de assistência hospitalar, aprofundando a crise de acesso à saúde no país, onde o custo elevado já é um impeditivo para milhões de pessoas.