
Ninguém duvida que o sal tem um importante papel na culinária. Além disso, o iodo acrescido o sal de cozinha é fundamental para o funcionamento da tiroide e para evitar diversos distúrbios, como o bócio e o cretinismo.
Mas é preciso ter atenção ao consumo. Em excesso, o sal pode desencadear diversos problemas cardiovasculares e renais a longo prazo.
E aí, com acertar esta conta? Para o doutor Jean Gorinchteyn, colunista do Bora Brasil, o importante é usar com atenção.
“A gente sempre fala isso: é a moderação, é o equilíbrio. A gente sabe que o iodo, o sódio, eles são importantes para nós, especialmente para o metabolismo da tiroide. Crianças que acabam não sendo expostas a este cozimento com o sal acabam tendo alterações na tiroide. Ela se torna hipofuncionante – ou seja, diminui a sua funcionalidade e acaba tendo uma série de repercussões. Então, isso é muito importante”, disse Gorinchteyn em participação nesta terça-feira (9).
“Por outro lado, em excesso, o sal puxa água. Um exemplo típico: quando você come um alimento mais saudável, você quer água. O pior é que a gente não só pega água, como acompanha principalmente esses ultraprocessados e dá um refrigerante. E o refrigerante tem teor de sódio. Ou seja: eu puxo muita água. A tendência natural é que isso faça com que a pressão dentro dos vasos (sanguíneos) aumente. Pressão nos vasos aumentando, principalmente naquelas pessoas que já têm pressão alta... E a pressão alta é um inimigo silencioso, não faz alarde, só vai dar sintomas nas situações em que a pressão subiu muito, e muitas vezes já é tarde, dando infarto e dando derrame, que é o AVC”, alertou.
Os cuidados devem ser tomados ao longo de toda a vida, mas é com o passar dos anos que o corpo começa a apresentar sinais de problemas no consumo de sal. Por isso, atenção à retenção de líquidos.
“Sabe quando a gente olha uma pessoa e fala: ‘Nossa, ele está inchado’? ‘Ele não está gordinho, ele está inchado.’ Isso é uma das coisas. Isso vai acontecendo principalmente na medida em que as pessoas vão envelhecendo, que existe uma substituição natural do músculo, que tende a atrofiar. Isso é fisiológico, é natural”, explicou o médico.
“A gente chama isso de sarcopenia. Da mesma forma que envelhece pele, cabelos, envelhece também naturalmente toda a parte muscular. A gente evolui para o que a gente chama de sarcopenia. Só que ela é substituída por gordura, que acaba retendo também o sal com a água.”
Segundo Jean Gorinchteyn, a quantidade ideal de consumo diário não deve superar os 5 gramas. Mas a conta não deve ficar restrita às pitadas de sal no prato em casa ou ao envelopinho na mesa do restaurante.
“A gente pede para usar de forma moderada, para que tome realmente esse cuidado para não salgar muito os alimentos. E é aí que vem o segredo: evite salgar os alimentos à mesa. Porque é